Memória e transformação: o papel das narrativas na criação artística do Coletivo Estopô Balaio

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práticas artísticas comunitárias
oralitura
escrevivência
práticas criativas de re-existência
memórias
narrativas contra-hegemónicas

Zitationsvorschlag

Memória e transformação: o papel das narrativas na criação artística do Coletivo Estopô Balaio. (2025). Cuadernos De Música, Artes Visuales Y Artes Escénicas, 20(1), 64-87. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae20-1.mtce

Abstract

Narrar um facto ou um acontecimento vivenciado, é refazê-lo dentro de si, reconstruindo caminhos e elevando-o a uma nova perspectiva. Quando essa narração acontece no contexto da prática artística, abrem-se possibilidades para reconfigurar o passado, criar conexões com o presente e impulsionar o futuro através desta ação. Quando a memória individual é refeita tendo a arte teatral enquanto meio ativador, somos capazes de posicioná-la no contexto da memória coletiva, nos inserindo assim, enquanto sujeitos de uma história partilhada. Desta maneira, o artigo presente tem como intenção refletir sobre o trabalho artístico desenvolvido pelo Coletivo Estopô Balaio, grupo teatral residente no bairro do Jardim Romano, na cidade de São Paulo - Brasil. Com mais de 10 anos de atuação no território situado no extremo leste da capital paulista, seus processos criativos são permeados pelas memórias e histórias de vida dos moradores da região, produzindo desta forma novos discursos e reforçando laços identitários entre os moradores e o seu bairro. A intenção deste trabalho é ressaltar a importância fundamental das artes, principalmente aquelas ancoradas nas práticas artísticas comunitárias, para a manutenção e preservação de narrativas alternativas à contínua tendência de homogeneização dos saberes e dos modos de vida. Para isso, serão utilizados como suportes teóricos, a análise da performance inscrita sob o signo da Oralitura de Leda Maria Martins e da Escrevivência de Conceição Evaristo, além do conceito de Práticas criativas de re-existência cunhado por Adolfo Achinte.

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